Recuperação no Ciclo II ( Recuperar alunos do ciclo II que revelam terem passado por um processo de alfabetização pouco eficaz)

 

Recuperação de Alunos

 A concepção de aprendizagem  pauta  o investimento didático do professor e gestores das escolas

                                                                                                                (PCNP Sonia V. S.Camilo)

Uma reflexão sobre a recuperação de alunos na conquista de novos saberes exige inicialmente que consideremos que recuperar é antes de tudo proporcionar uma nova chance! assim sendo o fazer pedagógico que se dá no decorrer de um processo somente pode ocorrer mediante a avaliação diagnóstica, do levantamento de conhecimentos dos alunos seguida, da atuação do professor com foco na aprendizagem, no reinventar o fazer pedagógico, bem como do registrar e retomar.

Ao realizarmos a avaliação inicial precisamos ter clareza sobre :
                            - qual  situação de aprendizagem dos alunos, quais são suas necessidades de aprendizagens
                            - quais ações organizativas precisam ocorrer para otimizar o atendimento aos alunos
                            - o que é preciso ser contemplado na didática do professor  para que a proposta de recuperar não seja apenas uma promessa, não se perca, ou simplesmente, não aconteça

Pensar na recuperação não é tarefa fácil e não é de hoje que está presente nas escolas, então quando o assunto é recuperação, cabe aos gestores acompanhar, registrar e tematizar com os professores o trabalho realizado. O gestor pedagógico precisa ter clareza e cuidar das Ações…

                          - que são importantes para a aprendizagem dos alunos, que já foram combinadas mas que não estão acontecendo e nem sabemos se vão acontecer
                          - que ainda não aconteceram, e que estão sendo encaminhadas, é preciso saber como estão sendo encaminhadas.
                          - que seria producente não mais acontecerem
                          - que são muito importantes e precisam não só continuar acontecendo mas devem se potencializadas.
                          - que precisam começar a acontecer e como o Gestor pedagógico pode ajudar

Olhando mais para dentro possível das atividades propostas pelos professores, podemos diagnosticar se eles oportunizam boas situações de aprendizagens, se os princípios didáticos são contemplados ou seja, se nas atividades que são propostas aos  alunos:
                          - colocam em jogo tudo o que sabem para descobrirem o que ainda não sabem
                          - existem  desafios a serem enfrentados, problemas a resolver
                          - possibilitam que eles participem de socializações
                          - é oportunizado perceberem que conteúdo trabalhado tem relação sócio cultural real

Com as turmas de Recuperação Intensiva, as atividades precisam ser articuladas com as necessidades, os saberes da turma, as possibilidades de aprendizagem, então os materiais disponibilizados na escola precisam ser explorados como por exemplos, “Mais matemática”,”Ensinar e Aprender”, “Ler e Escrever”, “Jornada da Matemática”, “Livros Didáticos (PNLD)”, atividades das THAs / EMAI e também atividades sugeridas pelos PCNP, organizadas e discutidas em HTPC e Cursos realizados na DE.

Em relação às atividades sugeridas é necessário antes de tudo, considerar se que o que está planejado (proposto) comporta ajustes, redirecionamento e mediação pois na prática a aprendizagem da turma, a riqueza das experiências e das formas de atuação, depende do grau de clareza que o professor tem sobre cada elemento em jogo, ou seja se o professor sabe sobre:

                       - o que os alunos efetivamente sabem , o que precisam saber para evoluir e o que dão conta de fazer para compreender e ainda como ele, o professor pode intervir, mediar para que a aprendizagem se mantenha em movimento contínuo a favor do progresso considerando-se neste caso a trajetória hipotética de aprendizagem.
                       - possibilidades de realização das atividades em sala de aula garantindo o  atendimento ao currículo e oportunizando diferentes maneiras de fazer .

                       - decidir sobre quais momentos da atividade são propícios para realizar  intervenções  pontuais uma vez que estas surgem à medida em que as atividades são desenvolvidas.

O Coordenador pode auxiliar as reflexões dos professores para que construam seus conhecimentos  e utilizem o registro como referencial de trabalho.

As reflexões que ocorrem após o trabalho realizado, oportunizam ao professor refletir a avaliar sobre a trajetória de aprendizagem do aluno bem como sobre o que foi dinamizado por ele que tenha provocado um menor ou maior avanço, assim sendo ao registrar é importante que o professor se coloque no processo, consiga dirigir um olhar crítico sobre seu trabalho, refletindo sobre:

                       - a atividade que foi proposta  - proporcionou desafios aos alunos? Ou fizeram mecanicamente a atividade sem a menor dificuldade e não precisaram de mediação
                     - as adaptações realizadas durante a atividade - oportunizaram algumas intervenções a favor de um processo de aprendizagem?
                     - a sequência proposta- promoveu reflexões sobre outras possibilidades a serem elaboradas?
                     - o que faltou incluir?
                     - o que pensou que aconteceria e que não aconteceu?
                     - se foi possível garantir na sequência proposta que os princípios didáticos de uma boa situação de aprendizagem?
                     - na sequência proposta algumas atividades não promoveram avanços?
                     - o que foi bom que indica que ocorreram avanços?
                     - como pode  oportunizar que os alunos percebam que estão avançando e que as mediações que fiz o ajudaram?
 

“O Registro permite ao professor se colocar no processo ao mesmo tempo se distanciar  e olhar de forma crítica para seu trabalho” !!!! – Madalena Freire

 “Quando o narrador narra-narra-se”(Sá- Chaves-2004)

 

O que podemos extrair dessa reflexão é que a recuperação somente é um processo que possibilita avanços quando todos se colocam a serviço e a atuação reflete uma organização pautada nas conquistas que desejam sejam alcançadas pelos alunos!

 

Sugestão de Vídeos:

Como lidar com o alunos Disléxico ( Associação Brasileira de Dislexia)

- Dislexia no Fantástico

-Trabalho com textos informativos

-Reescrita no percurso da autoria

-Reescrita Coletiva

-Quais são as condições didáticas da escrita?

-TV Brasil – A língua falada e a lingua escrita

 

Sugestão de Textos:

-Como lidar com o alunos Disléxicos ( Associação Brasileira de Dislexia)

-Ler para escrever bons textos

-Leitura nas diversas disciplinas 1- Heloisa Amaral

-Leitura nas diversas disciplinas 2- Heloisa Amaral

 

 

Pensando na Avaliação e Recuperação

                                           Profª Sonia Camilo

Realizar as avaliações de forma diagnóstica no trabalho didático que realizamos requer que, diariamente sejamos parte de um processo reflexivo,  que se fortalece continuamente, ... e sobre esta questão podemos considerar:

 "Ao aprendiz como sujeito de sua aprendizagem corresponde, necessariamente, um professor sujeito de sua prática docente" (Telma Weisz)

Se existe o compromisso de realizarmos a mediação da aprendizagem dos alunos visando potencializar as possibilidades de ampliação dos saberes do grupo, se faz necessário  que tenhamos clareza sobre o papel da avaliação que esta faça a diferença no processo. Assim sendo podemos destacar como componentes importantes que se integram entre si e garantem melhores resultados:

- os objetivos, as habilidades que queremos que se desenvolvam nos alunos;

- Os dados considerados no diagnóstico como itens que melhor possam garantir a relação entre o que aconteceu antes da avaliação e o que pode acontecer depois.

- A ação investigativa de forma que a avaliação seja um recurso didático de acompanhamento e planejamento de atividades  e o diagnóstico se estabeleça em dados que indiquem o que precisa ser retomado ou o quanto o aluno  pode avançar e o que é preciso ser garantido ao aluno para que ocorra um movimento na aprendizagem.

“A avaliação é uma valiosa estratégia de mediação da aprendizagem... do melhor. Sempre!” (Cipriano Carlos Luckesi)

A concepção da avaliação diagnóstica, uma vez integrada ao trabalho realizado pela equipe escolar interfere nas reflexões que surgem no grupo de professores e podem ajudar para que, as conquistas reflitam bons resultados do que fora realizado pelos integrantes, senão por todos, pelo menos pela maioria..

Muitas considerações sobre a importância da construção coletiva são encontradas em livros e textos que contribuem de forma ímpar para nossos estudos e reflexões, destaco por exemplo que Avaliar é promover no coletivo a permanente reflexão sobre os processos e seus resultados, em função de objetivos a serem superados...” ( Freitas Et Al,2009,p.78).

Promover no coletivo reflexões de forma permanente requer que façamos uso efetivo de registros de planejamentos de atividades, de acompanhamento da aprendizagem dos alunos e de auto avaliação da nossa prática. Essa proposta ganha "corpo físico" em um primeiro momento mas, com o evolução dos  registros e as trocas entre os integrantes do grupo  ganha "Alma" - As reflexões passam a ser elementos integrantes e indissolúveis do pocesso!...

 

Como proposta de estudos e reflexões  sobre a questão da avaliação, destaco a seguir alguns vídeos e textos de grandes estudiosos:

 

-Avaliar para ensinar melhor (Jussara Hoffmann)- Udemo

 

Revista Nova escola on line:

-11 respostas para as questões mais comuns sobre recuperação ( Revista  Nova escola)

-Uma dica por dia: Avaliação e Recuperação ( Revista Nova Escola- junho/2012)

 -Livro on line - Porque falar ainda em avaliação?

 

Vídeos Luckesi ( Fev/2012)

-O Papel da Avaliação na Aprendizagem

-Avaliação da aprendizagem